Nascido em Itabaiana, Severino de Andrade
Silva tornou-se nacionalmente conhecido como Zé da Luz devido ao sucesso
alcançado pelo primeiro livro que assinou com esse pseudônimo: Brasil Caboclo,
editado em 1936 e que já teve mais de uma dezena de reedições. É um dos maiores
fenômenos editoriais do Brasil há mais de 80 anos. Para estudiosos do assunto,
as tiragens e vendagens da obra de Zé da Luz só podem ser comparadas aos
números obtidos por outro mestre do gênero, Catulo da Paixão Cearense, em quem
o poeta paraibano confessadamente se inspirou.
A Patmos Editora toma como exemplo da
popularidade de Zé da Luz o fato de que a sexta edição de Brasil Caboclo,
lançada em 1960 pela extinta editora Acauã, que tinha entre seus sócios o
jornalista Carlos Roberto de Oliveira (os outros eram Gonzaga Rodrigues e
Natanael Alves), alcançou um total de vendas até hoje não atingido por qualquer
outro título da empresa. Carlos Roberto, fundador da Patmos, esteve à frente da
editora até a morte prematura que surpreendeu seus colaboradores e amigos em
outubro do ano passado. A edição em HQ de Zé da Luz foi um projeto que mereceu
especial carinho de sua parte.
Autor do roteiro do novo título da
coleção Primeira Leitura, Jairo César (as ilustrações são de Américo Filho) diz
na apresentação que Zé da Luz em Quadrinhos foi tratado com muito zelo e
cuidado pela editora. “Escrever a biografia em quadrinhos de um homem tão único
não foi tarefa fácil”, reconhece, mas estima que os leitores “serão iluminados
com a luz dos versos deste genuíno poeta popular paraibano”.
OPINIÕES SOBRE ZÉ DA LUZ
“As cenas da vida rural descritas por Zé
da Luz possuem a verdade que vai além das aparências e nem por isso perdem como
registro de costumes e tradições. O poeta é um repórter do meio, um folclorista
documentando a cultura do seu povo, através de um crivo muito pessoal, de uma
sensibilidade de artista.”
Altimar Pimentel, escritor “Não há nada de falso, de artificial, de
literário nos versos de Zé da Luz. Brasil Caboclo é um livro de carne e osso.
Um livro que vive. Um livro humano. No ano da graça de 1936, Zé da Luz revelou
ao Brasil toda a alma do Sertão.”
Eudes Barros, jornalista “Zé da Luz veio de mudança para o Rio e
por muitos anos ganhou a vida cortando roupas para O Pavilhão, casa vizinha da
Livraria José Olympio, ‘rendez-vous’ de figuras ilustres das letras nacionais.
Todava, o alfaiate-cortador continuou poeta, e a saudade da sua Paraíba, ainda
mais da sua Itabaiana, veio desovando Versos que confirmam o juízo de José Lins
do Rego, para quem Zé da Luz é cantador tão autêntico como as patativas de
Mamanguape, os curiós de Gramame, as cigarras de Areia.”
Manuel Bandeira, poeta
“existia e existe no nordeste uma poesia
ao natural, criada pelos repentistas ao som da viola. criada sem artifícios,
está presente no livro Brasil Caboclo, que me veio de Campina Grande, Paraíba –
a Campina de minhas doces recordações da infância –, de autoria de Silva
Andrade (Zé da Luz), aedo de alpercatas, gibão e chapéu de couro. Livro
estuante de coisas que cheiram a sertão brabo.”
Mário Melo, poeta.
VERSOS LUMINOSOS
Zé da Luz foi um fenômeno da poesia
popular do Nordeste brasileiro que se transformou em fenômeno editorial na
região e no país, só comparável, no gênero, ao de Catulo da Paixão Cearense.
Neste autor, aliás, o poeta paraibano confessadamente se inspirou para criar
seus versos de sabor matuto. Só para exemplificar: a 6ª edição do seu livro
mais famoso – Brasil Caboclo – publicada na década de 1960 pela Acauã, ainda
hoje é recordista de vendas da extinta editora, que tinha como um dos sócios o
editor fundador da Patmos, Carlos Roberto de Oliveira. Coube, aliás, ao saudoso
Carlos Roberto a iniciativa de incluir Zé da Luz entre os personagens que
compõem a galeria de notáveis retratados na coleção Primeira Leitura. Os livros
se destinam a preservar, em forma de Histórias em Quadrinhos (HQs), a memória
de personalidades que se destacaram na vida política, social, econômica e
cultural de seus estados. Com o presente título, a coleção chega ao seu 16º
volume, prestigiada por educadores que compreenderam a importância da linguagem
de HQ como ferramenta pedagógica e o alcance do projeto editorial da Patmos
para valorização do patrimônio histórico e cultural.
Nesta edição, o leitor vai acompanhar, de
forma descontraída, a trajetória de vida e os caminhos que Zé da Luz percorreu,
com seu gênio e sua verve, para produzir uma obra de valor inestimável para a
literatura popular nordestina. Depoimentos e manifestações de luminares como
José Lins do Rego e Manuel Bandeira despertam ainda mais o interesse do leitor
pela fascinante leitura que terá a seguir. Fiat lux!
Sobre o Press Release. Fonte: ZineBrasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário